domingo, 12 de janeiro de 2014

Sobre a decepção com relação a onde estou

Primeiro a decepção com o layout do meu blog. Poxa já tentei tanto mexer com html mas tenho uma barreira mental, nunca consegui, se alguém quiser me dar um, eu pago (rs)
Agora as decepções mesmo. Quando eu tinha 15 anos eu era legal. Sabe, eu olho pra quem eu era e eu não sinto vergonha, eu sinto saudade. Eu lia blogs, muitos livros, conhecia banda nova todo dia, lia revistas, fazia curso de música, adorava aula de atualidades, gostava de aprender, de me sentir cheia de bagagem cultural. Isso durou meu ensino médio, eu sempre estava procurando mais e mais coisas novas pra minha cabeça. Tinha uma amiga que sabia mexer com html e fez um layout super fofo pro outro blog, que já abandonei porque não sabia arrumar nada, e sempre dava algo errado (mimimi). Então chegou o terceiro colegial e eu cheia daquelas dúvidas acabei passando em medicina, depois de 6 meses divertidos no cursinho, numa particular e fui fazer, meio que se eu não fosse ia ser despejada de casa. Acho que eu devia ter ficado no cursinho, eu gosto de tudo, amo química e história do Brasil, era boa em matemática, adoro biologia, sinto muita saudade de geografia. Tá vendo, eu devia ter ficado lá, era tão feliz, gostava de estudar tudo mesmo. Só que passei em medicina.
No começo eu fiquei no ar, nem sabia se estava feliz, só recebi o trote, fiquei bêbada, uhul. Primeira semana de aula estava adorando, amigos novos, muita festa, paqueras, um ambiente muito diferente e bem melhor, vamos combinar, faculdade é muito bom. E aí estudei mais que no meu cursinho pra passar em anatomia, tive que readaptar meu jeito de estudar, porque decorar é igual arroz nesse curso, haja cérebro. Enfim, passei em tudo, arrumei até um namorado, pena que eu não gostava dele também. Segundo período, fim de namoro, inferno, nunca desejei tanto férias nessa vida, mas passei em tudo também. Deus quer que eu seja médica. Terceiro período, ô periodozinho difícil, mas gostei (!), já passou também.
Agora estou aqui de férias, não quero contar os dias que faltam pra começar de novo, estou tão feliz assim. Não quero que volte, já estou com preguiça de tudo, da minha vida inteira lá. A verdade é que agora, aqui, estou sentindo que estou perdendo o que eu tinha de mais legal, não procuro mais conhecimento como antes, porque estou ocupada demais decorando todos os nervos do hemitórax. E lá somos todos assim, sertanejo o dia todo, cerveja, loló. Só. Mentira, as vezes rola um conversa e você descobre que tem mais gente que curte um rock, mas ninguém tem a porra do tempo pra se dedicar. Sei lá, queria estar escrevendo mais, sabendo mais, sinto que decoro tanta coisa, aprendo tanta coisa, e fico cada dia mais burra, mais cabeça fechada, bate um desespero horrível.
E o que eu posso fazer? Desistir do curso e ir fazer jornalismo ou relações. Não. Assim, nesse mundo, com a minha família, e na situação em que eu me encontro na faculdade (treta financeira, tenho FIES), eu não posso desisir. Tudo bem que tem horas que eu acho que é pra isso mesmo que eu nasci, mas tem mais horas que não e eu odeio muito isso. Ainda bem que o ciclo básico está acabando (e minha conta só aumentando), e depois dá pra ter uma noção melhor se eu realmente não gosto disso.
É mais um desabafo pessoal, mas lendo esses blogs que eu acompanhava quando tinha 15 anos, e que  continuam ótimos, me deu muita saudade de uma Lorena que tinha potencial pra fazer tanta coisa, e agora está se sentindo burrinha, com a mente pequena, fútil. É triste, gente!

2 comentários:

Talita Muniz RP disse...

Me dá saudade de ser uma pessoa mais presente em atualizar o meu e comentar em mais blogs. Me dá saudade daquela pessoa criativa também de um tempo atrás, assim como você. Mas quer saber? Tudo acontece por um motivo e todos os motivos tem sua fase e sua explicação, que na maioria das vezes não é óbvia no momento em que se vive, fazendo com que a gente se sinta a mais burra da classe, quando todo mundo pinta bonito e você ainda não consegue acompanhar a linha do desenho direito.
Mas depois, um dia, o que você viveu e o que você passou a viver vão se encaixar de tal maneira que formará você, a pessoa que mais conhece o próprio potencial e mais vai saber o quanto teve que passar por tudo isso para ter os valores, princípios e histórias que formam seu caráter. Viva o aprendizado e um pouquinho de cada pedacinho da sua história pra contar no futuro, no momento que tudo, absolutamente tudo, fará sentido. Não se preocupe Lorena, uma hora, a resposta para acalmar o coração sempre vem. Aquiete a mente e verá como é mais fácil escutá-la. :) Estou seguindo, adorei seu blog! Um beijo!

Milena M. disse...

Ah, Lorena, sabe que essa sensação talvez acompanhe a maioria das pessoas? A gente entra nessa rotina de faculdade, estágio, vida adulta, e meio que se perde. Sente falta mesmo.
Sou partidária daquela história que temos que saber bem nossas prioridades, porque assim podemos arrumar mais tempo pra elas. Às vezes é preciso deixar uma ou outra atividade de lado, mas vale a pena.
Com certeza você não está mais burra, mas se quiser mesmo, é só tentar se envolver mais com o que gosta. Boa sorte! :)